SANEAMENTO ECOLÓGICO

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Quando falamos em construções vivas e sustentáveis, aquelas que cooperam e preservam o meio ambiente, devemos frisar que toda edificação é colocada para ser parte integrante do ecossistema em que se insere, consumindo assim, energia e gerando poluição de diversas formas.

Para que a sustentabilidade de um edifício seja significativa devemos nos atentar primeiramente para a fase de construção, com a escolha de técnicas e materiais construtivos que gerem pouco impacto ambiental, toxidade e consumo energético. Em segundo lugar deveremos dar atenção redobrada para o consumo energético e geração de poluição durante os anos em que o edifício será usado, lembrando que em sua maioria o tempo de obra é irrisório se comparado com o tempo de existência e uso das edificações.

Um dos sérios problemas durante a “vida” de um edifício é a geração de lixo, principalmente através dos esgotos contaminando as águas usadas e os mananciais naturais.

Uma pessoa consome em media 160 litros de água durante um dia, toda essa água entra na edificação limpa, é usada e sai poluída. Cerca da metade desse volume total é usado para o vaso sanitário, constituindo o que chamamos de esgoto negro (aquele que contem fezes). A outra metade é usada nas pias, tanques, torneiras e chuveiros, e é chamada de águas cinzas por não conter fezes.

Captar, filtrar e armazenar a água da chuva para uso nas edificações seria o primeiro passo para lidar de maneira sustentável com os recursos hídricos.

Porém, em segundo lugar devemos dar destino correto para os esgotos.

TRATAMENTO BIOLOGICO E REUSO DAS AGUAS CINZAS

Depois de passar por uma caixa de gordura, onde esta fica retida e boiando na água, as águas cinzas podem ser conduzidas para o filtro biológico: passando por uma caixa estanque com plantas aquáticas filtrantes no primeiro nível, seguido por camadas de terra, cascalho, carvão e brita. No fundo da caixa tem-se um cano com diversos orifícios pequenos por onde a água sai filtrada pronta para uso no jardim e nos vasos sanitários.

CIRCULO DE BANANEIRAS

O circulo de bananeiras também é uma boa solução para dar destino ao esgoto cinza. Uma vez que se cria uma condição para que as raízes das bananeiras possam filtrar as águas servidas.

A técnica consiste em cavar um buraco redondo com boca de 1m de diâmetro e também com 1 m de profundidade onde são depositados materiais orgânicos provenientes de podas, aparas de jardim, restos de verduras e legumes. Nesse buraco é também depositado o esgoto por meio de uma rede se esgoto.

SANITARIOS COMPOSTAVEIS

No sanitário compostável, os dejetos humanos juntamente com papel higiênico usado e a matéria orgânica que se joga no “vaso” depois do uso, passam por um processo de compostagem, com temperaturas de ate 70 graus, para eliminar os agentes patogênicos do material e transformar os dejetos em ricos compostos orgânicos, utilizados em arvores, jardins e no minhocário para gerar húmus agrícola.

 O uso desses sanitários é bastante antigo, com mais de cem anos de vida ganhou força a partir da década de 60, atualmente fora do Brasil são comercializados sanitários compostáveis compactos, que podem ser instalados até mesmo dentro de nossos banheiros urbanos convencionais.

As câmaras de compostagem desses sanitários devem ser projetadas e manejadas, para permitir a perfeita compostagem dos dejetos onde todos os agentes patogênicos são mortos, e um sistema de ventilação e convecção elimina em 100% o mau cheiro.

Em países da Europa e nos EUA já são comercializados sanitários compostáveis a seco compactos, que podem ser instalados dentro de nossos banheiros convencionais.

BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO

A bacia ou leito de evapotranspiração é uma ótima opção para dar destino ao esgoto negro onde não se tem condições de instalar um sanitário compostável a seco. Ou nos locais que onde o nível do lençol freático é alto para instalação de sumidouros ou valas de infiltração.

A bacia de evapotranspiração é conhecida como sistema de tratamento de esgoto de emissão zero, ou seja, não existe emissão poluente na natureza, o único subproduto de seu funcionamento é o vapor de água.

Temos dois sistemas de tratamento do esgoto juntos em uma mesma estrutura, onde acontece a decomposição anaeróbica do esgoto negro, a filtragem e purificação da parte liquida que é transformada em puro vapor de água.

O sistema é composto basicamente por uma estrutura totalmente impermeabilizada que contem uma câmara de decomposição anaeróbica, um filtro de cascalho, pedras e areia, e um canteiro com terra vegetal e plantas com grande área foliar, como a bananeira e a taioba.

O efluente é lançado primeiramente, na câmara anaeróbica onde a parte solida do esgoto é consumida por bactérias que sobrevivem sem a presença de O2. Depois o esgoto passa de baixo para cima pelo filtro até ser evaporado pela superfície do solo, sugado pelas raízes das plantas e transpirados pelas folhas.

Esse sistema é ideal para regiões quentes. Para sua instalação devemos nos atentar para que a região tenha índices pluviométricos menores que as taxas de evapotranspiracão para assim o sistema funcionar com eficiência, uma vez que sem calor adequado não acontece suficientemente a vaporização pelo solo e nem a transpiração pelas plantas.

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