BAMBU

P1010170ESTRELA 31-07-07 065P1010024

O bambu é uma espécie vegetal da família Gramínea com mais de mil espécies existentes pelo mundo. A maior concentração nativa desse vegetal é na Ásia e nas Américas. O bambu possui crescimento e amadurecimento rápido podendo chegar a 18m de comprimento em 60 dias e amadurecer em 3 anos, enquanto espécies arbóreas demoram em media 60 anos para atingirem esse comprimento e 6 anos para atingirem o amadurecimento para a extração.

Assim um bambuzal dá, em média, em cinco anos cem metros lineares a mais de matéria prima de qualidade superior ou igual a qualquer madeira de lei hoje disponível no mercado. Alem disso o bambu é uma planta auto renovável quando extraída de forma correta, uma vez que a retirada de algumas varas significa uma poda no bambuzal, que naturalmente continua produzindo novas varas e não precisa de ser replantado como as espécies arbóreas. 

Na Ásia desde os tempos pré-históricos temos registros do uso do bambu como matéria prima para as varias atividades humanas, desde a alimentação, vestuário, utensílios e construção. Na Colômbia e em Hong-Kong o bambu já é largamente utilizado na construção civil. É comum nesses lugares vermos casas, edifícios, pontes e andaimes feitos inteiramente com estruturas e acabamentos em bambu. Um exemplo clássico do uso estrutural do bambu é a construção milenar da cúpula do Taj Mahal. (recentemente substituída por outro material estrutural)

Alem da função estrutural o bambu pode ser usado como vários outros elementos construtivos como as paredes, as telhas, laminados de bambu para acabamentos, forros, pisos, mobiliários, utensílios e inclusive como planta ornamental e do jardim fazendo seu papel nos tempos de aquecimento global, com a absorção de grandes quantidades de CO2 da atmosfera.

No Brasil o uso do bambu na construção ainda é pouco difundido sendo que ainda temos resistência ao uso construtivo desse material por falta de uma “cultura” e divulgação de suas qualidades mecânicas e de tratamentos eficazes para a conservação e manutenção das varas utilizadas.

Para a conservação e tratamento do bambu deve se atentar para a época de sua colheita, evitando meses chuvosos, pois as varas colhidas em tempo seco terão mais resistência que as outras e serão menos susceptíveis ao ataque de pragas. O importante no tratamento do bambu é a retirado do excesso de amido da planta, alimento que atrai os carunchos, pragas mais comuns nos bambus.

Uma alternativa bem natural para o tratamento é a imersão do bambu por 30 dias na água, sendo que podemos dispor também de tratamentos mais rápidos a base de defumação, calor e aplicação de substancias que protegerão o bambu das intempéries e pragas como: a seiva de bananeiras, cactos, ceras de abelha e de carnaúba, além de caldos feitos com cascas de arvores como a da aroeira e pau santo. Apesar da contra indicação devido à toxidade, existem produtos químicos disponíveis no mercado como o bórax e produtos a base de solventes que podem ser usados no tratamento do bambu como são usados em qualquer madeira.

Estudos realizados no Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da UNESP em Bauru mostram que as espécies mais indicadas para o uso estrutural na construção civil são as dos gêneros Guadua (conhecido no Brasil como Taquaruçu), Dendrocalamus (denominado Bambu gigante ou Bambu balde) e Phyllostachys pubescens.

Esses bambus possuem boa resistência a esforços de tração, compressão e modulo de elasticidade. Podendo superar 180MPa de resistência a atração (com energia por unidade de tensão 50 vezes menor que o aço); 80 MPa para esforços de compressão (muito superior aos do concreto e de muitas espécies de arvores), e até 20.000 MPa para o modulo de elasticidade (cerca de 1/10 do valor alcançado pelo aço. Cabos de bambus trançados oferecem resistência similar ao aço CA-25 (2.500 kgf./cm2). O peso, no entanto, é 90% menor).

 

 

 

 

www.biohabitate.com.br